dilluns, 5 de març del 2012

A casa de Mariquinhas

Alfredo Duarte, fadista e marceneiro!
A casa de Mariquinhas és un fado escrit pel poeta Silva Tavares que va ser un èxit del mestre Alfredo Marceneiro, probablement entre els anys 50 i 60 del segle passat.
Silva Tavares s'inspirà en la vida nocturna de la Lisboa d'aquella època i crea un personatge -a Mariquinhas- i una casa on es veu, es canta fado, i s'exerceix la prostitució. En aquells temps a Portugal i també a casa nostra, aquestes cases eren tolerades, molt probablement pel fet de tenir bons "padrins".
Havien de complir, això si, unes normes, com ara estar situades en carrers apartats i poc transitats, no fer-ne ostentació, ni cridar posibles clients a traves de les finestres, que havien d'estar ben tancades i amb cortinatges ben tupids. En definitiva, havien de ser discretes. Era el divertiment dels pobres, no tenien una sala amb un piano com als salons de l'alta societat, sinó guitarra; la decoració era simple, pobra, amb quadres de mal gust... Res del que hi há a la casa té gaire valor.

Alfredo Marceneiro fent valer la seva professió d'ebenista, va recrear a escala 1/10 aquesta famosa casa, a més de cantar el poema magistralament.

Reprodução do alçado traseiro da "Casa da Mariquinhas", permitindo ver o seu interior. (foto José Pessoa, arquivo Nacional de Fotografia)



A casa da Mariquinhas

Silva Tavares / Popular

É numa rua bizarra
A casa da Mariquinhas
Tem na sala uma guitarra
Janelas com tabuinhas

Vive com muitas amigas / Aquela de quem vos falo
E não há maior regalo / Que vida de raparigas;
É doida pelas cantigas / Como no campo a cigarra
Se canta o fado à guitarra / De comovida até chora
A casa alegre onde mora / É numa rua bizarra

Para se tornar notada / Usa coisas esquisitas
Muitas rendas, muitas fitas / Lenços de cor variada;
Pretendida, desejada / Altiva como as rainhas
Ri das muitas, coitadinhas / Que a censuram rudemente
Por verem cheia de gente / A casa da Mariquinhas

É de aparência singela / Mas muito mal mobiladaNo fundo não vale nada / O tudo da casa dela;
No vão de cada janela / Sobre coluna, uma jarra
Colchas de chita com barra / Quadros de gosto magano
Em vez de ter um piano / Tem na sala uma guitarra

P'ra guardar o parco espólio / Um cofre forte comprou
E como o gaz acabou / Ilumina-se a petróleo;
Limpa as mobílias com óleo / De amêndoa doce, e mesquinhas
Passam defronte as vizinhas / P'ra ver o que lá se passa
Mas ela tem por pirraça / Janelas com tabuínhas.


De magnífic blog  http://asletrasdofado.blogspot.com/
Post realitzat amb la ajuda inestimable del blog fadosdofado, del canal de Youtube de manelmesquitella, i del llibre de Vítor Duarte, Recordar Alfredo Marceneiro

dijous, 1 de març del 2012

Março 2012

Arriba març, esperem que amb aires de primavera, i ens porta la Carla Arruda, una de les fadistes per les quals hi tinc debilitat. Em va agradar des del dia que la vaig escoltar per primer cop a Almada tal com ho explicava en aquest mateix "cantinho" l'estiu passat.

Ha arribat Març, amb la promesa de sempre de dur-nos una nova primavera. Nosaltres esperem que s'endugui els freds que ens dugué l'hivern, i també els freds d'aquesta "imaginária" crisi que ens volen fer creure que passem.

Us deixo amb la Carla Arruda i aquest Olhai a noite per encetar aquest Març, Marzo, Março.... 



Olhai a noite

diumenge, 26 de febrer del 2012

Norte/Sul (Com uma breve passagem pelo Centro)

Amb aquest títol, trobem als arxius de la RTP aquest vídeo on els veterans João Braga i Maria da Fé, cantan, amb alguns fadistes dels anomenats de nova generació una "desgarrada" amb to de "brincadeira" (divertiment), i amb música de Fado Mouraria, uns versos que volen destacar, els uns el fado de Lisboa i altres el Fado do Porto. Naturalment la breu passejada pel centre, fa referència a Coimbra i al seu particular fado, i aqui Braga i Costa Félix, deixen el Moraria i ens regalen aquesta música especial de Fado Coimbra.
Sempre hi há, entre dues grans ciutats d'un país, alguns frec a frec, cada una destaca el bo que té i intenta demostrar que és millor que l'altra... La sang no arriba al riu, i una vegada més el Fado uneix tot allò que en principi podria ser motiu de discòrdia...
Sempre hem dit que el Fado és "um remédio da alma".



Mafalda Arnauth
Lisboa é como a cigarra / A cantar todo o verão
Tem nas mãos uma guitarra / Um fado no coração.

 Joana Amendoeira
O fado que Lisboa canta / É postiço e afiambrado
Lisboa só tem garganta / O fado do Porto é que é fado.

Gonçalo Salgueiro
O fado do Porto, o que é isso? / Nunca tal ouvi falar
Lisboa é fado castiço / O do Porto é a brincar.

Ana Sofía Varela
Vem da guitarra na mão / Lisboa é como a cigarra
Mas o Porto é uma nação / Tem mais alma e tem mais garra.

Kátia Guerreiro
Lisboa é águia e leão / Mas também é cruz de Cristo
O Porto só tem dragão / Que é animal nunca visto.

 Nuno Guerreiro
Olha bem o azul e o branco / Que é a cor do campeonato
Lisboa fica no banco / Com uma pedra no sapato.

 Miguel Capucho
Tantas pedras no sapato / E estádios novos em folha
É preciso muita sorte / Para não acabar tudo à trolha. 

 João Braga (fado Coimbra)
Agora deixem-me entrar / Porque o meu fado é que timbra
Quem quiser saber cantar / Tem de passar por Coimbra.

Rodrigo Costa Félix (fado Coimbra)
Coimbra terra de encanto / Fundo mistério é o seu
Chega a ter saudades dela / Quem nunca nela viveu.

Maria da Fé
Quem diz Porto diz Infante / Para quê outros sinais?
Quem diz Porto diz bastante / Não precisa dizer mais.

 Mariza
Da palavra Porto nasce / Outra maior sem igual
Só mais três letras e / Faz-se a palavra Portugal.

 Camané
Outros nomes tem Lisboa / Que são os nossos brasões
Diz-se Lisboa e é Pessoa / Diz-se Lisboa e é Camões.

 Ana Maria Bobone
Seja sul, centro ou norte / Seja de que lado for
Fado é sempre a mesma sorte / Rima sempre com amor.

 todos
Dizem que o Porto é nação / E Lisboa capital
Bate, bate coração / Nosso fado é Portugal.

dimarts, 21 de febrer del 2012

Una conjunció perfecta

Entre2aguas, que s'emetia divendres al vespre a la 2 de RTVE, era un programa documental-musical presentat per Javier Limón, un reconegut productor musical del panorama actual a Espanya.
Era un programa que buscava un eix comú, un nexe entre les cultures musicals americana i mediterránia, actuant com a frontisa entre ambdúes.
En el seu quart capítol "De Lisboa a Rio de Janeiro" es va parlar de fados i de la nova música del Brasil, i vam tenir la sort de poder veure i escoltar Carminho i Ricardo Ribeiro, dues de les figures més reeixides del panorama fadista actual. Podeu veure el programa complert Aqui

La conjunció de la que us parlo és d'aquelles que em deixen ben a gust. El cocktail és tan engrescador que té tot això:
*Fado   *Lisboa  *Mesa de Frades  *Pedro de Castro  *Jaime Santos Jr.  i el Senhor Fado : Ricardo Ribeiro.
Aqui va aquest vídeo. Un Fado Menor cantat pel mestre.

Destino marcado

Fernando Farinha / Popular *fado menor*
Repertório de Fernando Farinha

O fado tem não sei quê
Que prende a vida da gente
Um nada que se não vê
Um tudo que a gente sente

Eu dei a vida a valer / Nada mais podia dar
Agora para viver / Vivo sim, mas a cantar

Se a tristeza ao fado assiste / E o fado assim extasia
Prefiro ser sempre triste / P'ra não morrer de alegria 
Vinha o destino marcado / Pois logo de pequenino
Fiz do destino dum fado / O fado do meu destino


A minha vida renasce / Neste meu canto magoado
Cada um é pro que nasce / E eu nasci para o fado.
letra tirada do blog fadosdofado

dissabte, 18 de febrer del 2012

Fados 46

Una selecció al meu gust de les coses que he anat escoltant darrerament.

La portada:

 El contingut:
 
Si el veies a la botiga... el compraria segur!

Aqui us en deixo un tast, un vídeo de l'amic Américo "o rei dos pequenos nadas" Sempre amb el nostre agraïment.


Linda Leonardo canta Cara a cara

dimarts, 14 de febrer del 2012

Sabor a Fado

Aquest és el nom de la casa de fados de la fadista Alexandra Sousa, a Funchal, a l'illa de Madeira., a qui vam presentar el passat dia 24 de gener.

Avui us presentem al seu fill, en Pedro Marques, un excelent guitarrista i cantador de fado, i a la seva xicota la Sofia Ferreira, a qui vam demanar de cantar aquest tema de Jorge Fernando, a la qual cosa va accedir.

Aqui us deixem amb tots dos, en uns vídeos amb no massa qualitat per causa de la poca llum i també a la poca traça del "càmera".

Chuva

Letra e música de Jorge Fernando
 

As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir
Há gente que fica na história da história da gente
E outras de quem nem o nome lembramos ouvir

São emoções que dão vida á saudade que trago
Aquelas que tive contigo e acabei por perder
Há dias que marcam a alma e a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha, já eu percorrera
Meu choro de moço perdido gritava à cidade
Que o fogo do amor sobre a chuva, há instantes morrera

A chuva ouviu e calou meu segredo á cidade
E eis que ela bate no vidro trazendo a saudade.



 




A rima mais bonita

Tiago Torres da Silva / Miguel Ramos *fado alberto*

Cansei-me dos poemas que escrevi
Mas não tive coragem de os rasgar
São versos meu amor, falam de ti
Mesmo que ás vezes finjam não falar

O fado, quando chegou à noitinha
Ficou todo contente por me ver
Pediu-me versos novos e eu não tinha
Rasguei-os mesmo antes de os 'screver

Agora, quando o fado me visita
Já traz poemas feitos de tristeza
Cansado, escolhe a rima mais bonita
E deixa-a esquecida sobre a mesa

Então chega a saudade e eu regresso
Às quadras que não tinha terminado
São versos meu amor, quando os começo
Mas assim que os acabo, já são fado


letras tiradas do blog do amigo José Fernandes Castro