divendres, 15 d’abril del 2011

Amália no Café Luso

Jo tenia tres anys l'any 1955 quan Amália Rodrigues va gravar part d'un espectacle al Café Luso a la Travessa da Queimada del Bairro Alto de la velha Lisboa.  Varen ser dos discs de vinil, gravats amb uns mitjans precaris, propis de l'época, i un cop convençuts els parroquians que els micros eren només per la gravació i que no amplificaven la veu de la fadista. S'exigia que els fadisten cantessin o "rigoroso", el fado no havia d'admetre interferències...
Els mitjans no eren els millors, però tot queda compensat per la veu d'Amália i l'enorme força interpretativa que donà a cada tema.
Sobre aquest disc l'amic Antón en el seu blog Guitarras de Lisboa hi va dedicar una entrada en el desè aniversari del traspàs de la Diva  del qual en recomanem la lectura.
Vaig comprar el CD, reedició d'aquells vinils, remasteritzats l'any 1976, que considero una de les peces més valuoses de la meva discoteca fadista.
Juntament amb el CD, un petit llibret amb la lletra dels fados gravats i unes paraules de presentació de l'editor també de l'Ary dos Santos i de Manuel de Portugal que acaba les seves sentides paraules amb un

Bem Hajas Amália

És un disc deliciós, tancant els ulls pots trobar-te al Luso aquella nit màgica, pots veure al presentador Filipe Pinto, el soroll de la gent, el silenci quan comença el Fado...

                        Foi mau não minto
                        falso ruim vil e cruel
                        mas não consinto
                       que ao pé de mim
                       digas mal dele.
Fado Mayer - Linhares Barbosa - Armandinho

                       Somos dois gritos calados
                      dois fados desencontrados
                      dois amantes desunidos.
Maldição - Armando Vieira Pinto - Joaquim Campos *fado Tango*

                      Sabe-se lá / quando a sorte / é boa ou má
                      Sabe-se lá /amanhã / o que virá.
Sabe-se lá - Silva Tavares - Federico Valério

                      Eu queria cantar-te um fado
                      que toda a gente ao ouví-lo
                      visse que o fado era teu
                      Fado estranho e magoado
                      mas que pudesse sentí-lo
                      tão na alma como eu.
Eu queria cantar-te um fado - António Sousa Freitas - Franklin Godinho *fado Franklin sextlhas*

                      Pão duro de solidão
                      é somente o que nos dão
                      o que nos dão a comer
                      que importa que o coração
                      diga que sim ou que não
                      se continua a viver.
Primavera - David Mourão Ferreira - Pedro Rodrigues *fado Primavera*

                      Quem diz que o amor que custa
                      decerto que nunca amou
                      eu amei e fui amada
                      nunca o amor me costou.
Fado da Bica - Carlos Conde - Jaime Santos

Com a mostra d'aquesta joia escoltem o Fado dos Fados de Leonel Neves i António Mestre


Aquele amor derradeiro
Madito e abençoado
Pago a sangue e a dinheiro
Já não é amor, é fado

Quando o ciúme é tão forte
Que ao próprio bem desejado
Só tem ódio ou dá a morte
Já não é ciúme, é fado

Canto da nossa tristeza / Choro da nossa alegria
Praga que é quase uma reza / Loucura que é poesia
Um sentimento que passa / A ser eterno cuidado
É razão duma desgraça / E assim tem de ser, é fado

Um remorso de quem sente
Que se voltasse ao passado
Pecaria novamente

Já não é remorso, é fado

E esta saudade de agora
Não de algum bem acabado
Mas as saudades de outrora
Já não é saudade, é fado.


Letra tirada do blog fadosdofado