dilluns, 9 d’abril del 2012

Bia

Bairro Alto, dimecres 7 de març. Havíem d'anar a la Tasca do Chico abans de marxar i donar per acabada aquesta curta estada en terres portugueses. És una cita ineludible per a mi.

Després de passar una bona estona escoltant fados des del carrer estant, aprofitant un descans, intentem entrar, com es fa sempre aqui, o sigui amb molt de compte entre els tamborets, els "bancos" minúsculs que omplen tot l'espai. Va ser llavors que la vaig veure, no hi havia dubte: era la Bia, la Beatriz de Conceição la que estava asseguda en un d'aquells "bancos", i a la que uns tècnics de so, li anaven gravant les seves converses amb altres fadistes i amb els clients de la casa. Sabia que acabaria cantant. N'estava segur. Així que vaig buscar la millor de les posicions possibles i vaig demanar un "xoriço assado" i un bon got de vi, i em vaig carregar de paciència, tot esperant que la Bia cantés.

L'espera es va fer molt més que amena doncs vam escoltar en Pedro Moutinho i l'Ana Margarida Pinto entre altres, fins que va arribar el moment esperat i vam poder enregistrar el moment .
Aquest n'és el resultat....

Madrugada sem sono

Goulart Nogueira / Raúl Ferrão
Na solidão a esperar-te
Meu amor fora da lei
Mordi meus lábios sem beijos
Tive saudades, chorei

Despedi-me do teu corpo / E por orgulho fugi
Andei dum corpo a outro corpo / Só p’ra me esquecer de ti

Embriaguei-me , cantei / E busquei estrelas na lama
Naufraguei meu coração / Nas ondas loucas da cama

Ai abraços frios de raiva / Ai beijos de nojo e fome
Ai nomes que murmurei / Com a febre do teu nome

De madrugada sem sono / Sem luz, nem amor, nem lei
Mordi os brancos lençóis / Tive saudades, chorei.


 

Noite

Vasco de Lima Couto / Maximiano de Sousa

Sou da noite um filho noite / Trago ruas nos meus dedos
De contarem os segedos / Aos altos campos do amor
E canto porque é preciso / Raiar a dôr que me impele
E gravar na minha pele / As fontes da minha dôr

Noite....

Companheira dos meus gritos
Rio de sonhos aflitos
Das aves que abandonei
Noite...

Céu dos meus casos perdidos
Vêm de longe os sentidos
Das canção que eu entreguei

Oh minha mãe de arvoredo / Que penteias a saudade
Com que eu vi a humanidade / Na minha voz soluçar
Dei-te um corpo de segredo / Onde arrisquei minha mágoa
E onde bebi essa água / Que se prendia no ar.


letras tiradas do blog do amigo José Fernandes Castro