Finalment ja està decidit. Diumenge en un vol matiner, aniré a Porto a passar uns dies ben aprofitats.
A més de retrobar els amics que hi tinc, espero estar a la presentació a la Casa da Música de dos excel·lents fadistas que admiro: en Carlos Leitão i la Sandra Correia.
De Carlos Leitão espero poder escoltar, a més dels fados tradicionals que li conec, els fados del qual ell n'és l'autor del seu cd Do Quarto (2013)
que conec poc.
De Sandra espero allò que ella dóna al Fado: Tot. Per a mi és un referent d'aquesta música, o més ben dit, d'aquesta expressió de sentiments que ultrapassa el terme "música"
Voltaste
Joaquim Pimentel
Voltaste, ainda bem que voltaste
As saudades que eu sentia não podes avaliar
Voltaste, e á minha vida vazia
Voltou aquela alegria que só tu lhe sabes dar
Voltaste, ainda bem que voltaste
Embora saiba que vou sofrer o que já sofri
Cansei, cansei de chorar sózinha
Antes mentiras contigo do que verdades sem ti
Voltaste, que coisa mais singular
Eu quase não sei cantar se tu não estás a meu lado
Voltaste, já não me queixo nem grito
És o verso mais bonito dêste meu fado acabado
Voltaste, ainda bem que voltaste
O passado é passado, para quê lembrar agora
Voltaste, quero lá saber da vida
Quando dormes a meu lado, a vida dorme lá fora
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Corpo Interdito
Fernando Campos de Castro
Alfredo Marceneiro *Fado Cravo*
Das coisas que não vivi,
e do mais que não senti,
tenho saudades violentas.
Ando tão longe de mim
que este silêncio sem fim
é maior quando te ausentas.
Da boca que en vão sonhei
e dos beijos que não dei
tenho um gosto de abandono,
um travo que me tortura
e que acendeu de loucura
cada estrela do meu sono.
Atè do corpo interdito
onde sonhei infinito
tenho mais do que saudades,
tenho nuas, desoladas
duas mãos abandonadas
com sinais de tempestade.
Meu amor, porque me deixas
neste naufrágio de queixas
onde não sinto saída,
porque me negas a boca
duma noite breve e louca
no fado da nossa vida?
Ens veiem a Porto!!!