
Abans de la construcció dels ponts que uneixen les dues ribas del riu, anar amb ferry era l'única possibilitat que hom tenia per passar d'una banda a l'altra.
L'ofici de Cacilheiro era doncs una feina marinera i com totes les feines de la mar amb un plus de duresa que no apaga el plaer de qui fa allò que li agrada.
Aquest tema que canta l'Alcindo de Carvalho al qual vàrem escoltar en un fado triplicado, és un petit homenatge a aquests mariners que molt probablement viuen enamorats de la seva feina. Tan enamorats que ens expliquen amb llenguatge mariner fins i tot el dia que s'enamorà de la varina (peixatera) que seria la seva dona.

De Paulo da Fonseca, Carlos Dias i Cesar de Oliveira
Zé Cacilheiro
Quando eu era rapazote
Levei comigo no bote
Uma varina atrevida
Manobrei e gostei dela
E lá me atraquei a ela
P’ró resto da minha vida
Às vezes uma pessoa
A saudade não perdoa
Faz bater o coração
Mas tenho grande vaidade
Refrão
Sou marinheiro
Deste velho cacilheiro
Dedicado companheiro
Pequeno berço do povo
E navegando
A idade foi chegando
O cabelo branqueando
Mas o Tejo é sempre novo
Todos moram numa rua
Mas eu cá não os invejo
O meu bairro é sobre as águas
Que cantam as sua mágoas
E a minha rua é o Tejo
Certa noite de luar
Vinha eu a navegar
E de pé, junto da proa
Eu vi, ou então sonhei
Que os braços do Cristo-Rei
Estavam a abraçar Lisboa
Refrão