dissabte, 28 d’abril del 2012

El so de la guitarra

El so de la guitarra portuguesa té un no se què, que embriaga, que entusiasma.
N'estic segur que no només em passa a mi. He vist les cares que posen, a les cases de fado, persones que mai no l'havien sentida, que mai havien escoltat el seu so, com s'emocionaven escoltant-la.

Toze Cerdeira
Als concerts de fado, quan el/la fadista fa un petit descans, els músics fan allò que es coneix com a "Guitarrada", i sol ser sempre un dels moments més emocionants de qualssevol concerts que jo hagi viscut.

Pedro Marques
Us deixo amb el so de la guitarra. Primer amb en Toze Cerdeira, provant una guitarra acabada de sortir de les mans de l'artista que l'ha construïda, i despre´s amb un bon alumne, en Pedro Marques, de Funchal, a qui vam escoltar en directe el passat desembre.




Amb el professor!


Amb la promesa. Del seu CD A primeira pedra, Fado Três Bairros de Casimiro Ramos

dimarts, 24 d’abril del 2012

Fado Louco

Del darrer disc de Camané Do amor e dos dias, amb unes lletres bastant aconseguides, n'hi ha una que m'ha enganxat. Es tracta d'un poema de Manuela de Freitas, Último recado, cantat amb música de fado tradicional *Fado Louco* d'Alfredo Marceneiro.

La lletra té un cert toc de sarcasme i ironia, que també m'ha semblat notar amb altres poemes cantats amb aquesta música, com per exemple Eles e eu, poema de Carlos Conde que va cantar Fernando Maurício.

Ironia és el títol del poema d'Armando Neves que va cantar Marceneiro i que va donar nom a aquest fado tradicional.

Fado Louco

comencem amb el mestre....


Ironia
Armando Neves / Alfredo Marceneiro *fado louco*


Na vida de uma mulher
Por muito séria que a tomem
Há sempre um homem qualquer
Trocado por qualquer homem

O homem com dor sentida / Ou com sentido prazer
Deixa pedaços de vida / Na vida de uma mulher

Embora terna e amante / Jurando amar um só homem
A mulher não é constante / Por muito séria que a tomem

Tanto vale a mulher bela / Como a mais feia mulher
Perdido de amor por ela / Há sempre um homem qualquer

E por mais amor profundo / Por mais juras que se somem
Há sempre um homem no mundo / Trocado por qualquer homem


continuem amb l'alumne avantatjat....


No dia em que deixaste
nada quis do que te dei
tudo o que eu tinha levaste
nem com a saudade fiquei

Se foi tão fácil esquecer-te
e ao pouco bem que me deste
só me resta agradecer-te
todo o mal que me fizeste

Aqui vai este recado
gratidão a que me obrigas
por tudo, muito obrigado
por nada, espero que digas

Não penso que ele te fira
nem qualquer bem te fará
de nada, nada se tira
a nada, nada se dá

Mas fico mais descansado
sem nenhum mal entendido
já que fui mal empregado
não sou mal agradecido

E serve para confessar
quanto fiquei a dever-te
por nunca poder pafar
o que ganhei em perder-te

dimecres, 18 d’abril del 2012

Memória e Fado

Un disc curiós, si més no, d'en Jorge Fernando, un dels -des del meu punt de vista- "revolucionaris moderns" del món del Fado.

En aquest disc de Som Livre Portugal, podem escoltar algunes perles amb participació d'Amália, Ana Moura i Lúcio Dalla. No és un disc de fados, encara que el CD tanca amb un *fado Latino* amb lletra del mateix Jorge Fernando.

Escoltarem, però, un tema que canta amb el Lúcio Dalla, combinant el portuguès i l'italià. Un tema que va composar en Dalla i que va musicar en Chico Buarque, encara que penso que va ser entre tots dos que va sortir la cançó.

Una història que de ben segur és la de força gent...

4 de março 43 (Minha história)

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava, cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço, doirado no dente
Minha mãe se entregou a esse homem, perdidamente.
Cosi lei resto' sola nella stanza sul porto
Com l'unico vestito ogni giorno piu' corto
E benche' non sapesse il nome e nepure il paese
Mi aspetto' come un dono d'amore fin dal primo messe.
Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
E vestiu-me como se eu fosse assim uma espécie de santo.
E stringendomi al petto che sapeva sapeva di mare
Giocava na madonna com bambino da fasciare.
Minha mãe não tardou a alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia, ou se por amor
Resolveu me chamar pelo nome de nosso senhor.
E forse fu per gioco o forse per amore
Che mi volle chiamare como nostro Signore
Della sua breve vita il ricordo il ricordo piu' grosso
E' tutto in questo nome che io mi porto addosso.
E ancora adesso che gioco a carte e bevo vino
Per la gente del porto mi chiamo Gesu' bambino.
Os ladrões, as amantes, meus colegos de copo e de truz
Me conhecem só pelo meu nome de *Menino Jesus*

En Lúcio Dalla fa en aquesta gravació algunes modificacions respecte de la lletra que trobo publicada a la xarxa, i com que el meu italià és més aviat minso, prego si algú em pot facilitar la lletra tal com és cantada, farem les oportunes modificacions.  Grazie mille!

divendres, 13 d’abril del 2012

Filipe Duarte a Nini


Filipe Duarte amb Luis Ribeiro i Jaime Santos jr.

Us presento dos vídeos de Filipe Duarte a qui vam tenir ocasió de veure i d'escoltar-lo a la casa de fados a NINI da rua Francisco manuel de Melo.

Quan vaig entrar a NINI, i vaig veure en Filipe, li vaig demanar el nom, tot dient-li que la seva cara em sonava i no li podia trobar el nom, però sabia que el coneixia, doncs feia poc que havia parlat d'ell em aquest cantinho


Portada del L.P. Melodias de sempre
 Potser el look de l'amic Filipe (i el nostre també) ha canviat en aquests darrers anys...

La qualitqat d'aquests vídeos no és la més bona per causa de la llum, ja que encara no dominem massa bé les coses del setè art...
História de uma chinela

Manuel Paião / Eduardo Damas

Encontrei uma chinela / Perdida na Mouraria
Fiquei com ela na mão / A ver se a dona aparecia

Depois vi uns olhos negros / E um sorriso sem vida
Era a dona da chinela / Que andava também perdida

Ela encontrou a chinela
Eu encontrei-a a ela na rua do Capelão
Hoje já não está perdida
Encontrou a própria vida, eu perdi o coração

Naquela estreita viela / Bem no meio da Mouraria
Uma pequena chinela / Transformou a noite em dia

Oh chinela de verniz / De pequenino tacão
Tu andas toda inteirinha / Dentro do meu coração.

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Em cinco minutos
 

 Frederico de Freitas

Há cinco minutos que saiu daqui, ia como louca
Os olhos vermelhos e um sorriso triste ao canto da boca
Há cinco minutos estive eu parado a espiar-lhe os gestos
Olhava o relógio como se os minutos se fossem funestos
Tu ainda não sabes como o tempo passa
C'oa divina graça, e os olhos enxutos
Mas quando o remorso que é como um castigo
Na alma aparece
A gente envelhece em cinco minutos

Há cinco minutos estive a lembrar-me do tempo passado
Do tempo em que andava perdido por ela, sonhando acordado
Há cinco minutos fiz contas á vida e aquilo foi breve
E tu não calculas nem fazes ideia quanto ela me deve.


Lletres extretes del blog fadosdofado

dilluns, 9 d’abril del 2012

Bia

Bairro Alto, dimecres 7 de març. Havíem d'anar a la Tasca do Chico abans de marxar i donar per acabada aquesta curta estada en terres portugueses. És una cita ineludible per a mi.

Després de passar una bona estona escoltant fados des del carrer estant, aprofitant un descans, intentem entrar, com es fa sempre aqui, o sigui amb molt de compte entre els tamborets, els "bancos" minúsculs que omplen tot l'espai. Va ser llavors que la vaig veure, no hi havia dubte: era la Bia, la Beatriz de Conceição la que estava asseguda en un d'aquells "bancos", i a la que uns tècnics de so, li anaven gravant les seves converses amb altres fadistes i amb els clients de la casa. Sabia que acabaria cantant. N'estava segur. Així que vaig buscar la millor de les posicions possibles i vaig demanar un "xoriço assado" i un bon got de vi, i em vaig carregar de paciència, tot esperant que la Bia cantés.

L'espera es va fer molt més que amena doncs vam escoltar en Pedro Moutinho i l'Ana Margarida Pinto entre altres, fins que va arribar el moment esperat i vam poder enregistrar el moment .
Aquest n'és el resultat....

Madrugada sem sono

Goulart Nogueira / Raúl Ferrão
Na solidão a esperar-te
Meu amor fora da lei
Mordi meus lábios sem beijos
Tive saudades, chorei

Despedi-me do teu corpo / E por orgulho fugi
Andei dum corpo a outro corpo / Só p’ra me esquecer de ti

Embriaguei-me , cantei / E busquei estrelas na lama
Naufraguei meu coração / Nas ondas loucas da cama

Ai abraços frios de raiva / Ai beijos de nojo e fome
Ai nomes que murmurei / Com a febre do teu nome

De madrugada sem sono / Sem luz, nem amor, nem lei
Mordi os brancos lençóis / Tive saudades, chorei.


 

Noite

Vasco de Lima Couto / Maximiano de Sousa

Sou da noite um filho noite / Trago ruas nos meus dedos
De contarem os segedos / Aos altos campos do amor
E canto porque é preciso / Raiar a dôr que me impele
E gravar na minha pele / As fontes da minha dôr

Noite....

Companheira dos meus gritos
Rio de sonhos aflitos
Das aves que abandonei
Noite...

Céu dos meus casos perdidos
Vêm de longe os sentidos
Das canção que eu entreguei

Oh minha mãe de arvoredo / Que penteias a saudade
Com que eu vi a humanidade / Na minha voz soluçar
Dei-te um corpo de segredo / Onde arrisquei minha mágoa
E onde bebi essa água / Que se prendia no ar.


letras tiradas do blog do amigo José Fernandes Castro

divendres, 6 d’abril del 2012

El Pedraforca

Una de les muntanyes emblemàtiques d'aquest nostre petit pais.
Aqui us deixo uns vídeos d'aquesta muntanya que tant m'estimo...

 

dimecres, 4 d’abril del 2012

Jorge Couto

Tornem a parlar del nostre periple per terres portugueses, i ho fem amb aquest fadista, Jorge Couto, que a més té la responsabilitat compartida per tal que funcioni Casa da Mariquinhas de Porto.

Més enllà  de les seves atencions com a responsable d'aquesta casa, que té aquell sabor fadista que hom percep de seguida de creuar el llindar de la porta, també canta fados amb aquesta sensibilitat que va captar la nostra càmara.

Aqui ens presenta un fado que va cantar la Lucília do Carmo, i que ara sembla que molts fadistes han recuperat i afegit al seu repertori.

Leio em teus olhos,  lletra i música de Mário Moniz Pereira.

Leio em teus olhos
Que o nosso amor está cansado
Leio em teus olhos
Recordações do passado
Leio em teus olhos
Que já não sou nesta hora
O que fui p’ra ti outrora
Leio em teus olhos

O amor de alguém é inconstante
Logo que ele vem, vai num instante
Vê lá se o teu não está já muito diferente
Continua igual ao meu, como ele era antigamente.



I amb el fadista de la casa Aurélio Perry, el poema de Pedro Homem de Melo Sei de um rio, amb música de Alain Oulman.
 

Sei de um rio
Em que as únicas estrelas nele sempre debruçadas
São as luzes da cidade

Sei de um rio
Sei de um rio
Rio onde a própria mentira tem o sabor da verdade
Sei de um rio

Meu amor dá-me os teus lábios
Dá-me os lábios desse rio que nasceu da minha sede
Mas o sonho continua...
E a minha boca *até quando?*

Ao separar-se da tua
Vai repetindo e lembrando
Sei de um rio... sei de um rio.


Lletres retirades del blog de l'amic José Fernandes Castro

diumenge, 1 d’abril del 2012

Abril 2012

El temps és implacable, ja som a l'abril. Un mes que pels catalans és sinònim de festa, la nostra festa més popular, la que celebrarem el dia 23 regalant-nos roses i llibres. Els carrers s'ompliran de senyeres i paradetes d'aquelles armes inofensives que haurien de ser les més usades: natura i cultura...

I el fadista que enceta el mes de la festa de la rosa i el llibre, és l'anomenat El Rei do Fado: Fernando Maurício amb aquest poema de Jorge Fernando cantat amb música de Fado Carlos da Maia en sextilhas.

Un fado per somiar amb allò que ens falta...