Tinc la sensació qie vaig escoltar Vasco Moraes a Mesa de Frades l'any passat. Quan vaig escoltar el seu CD Saudade, aquella veu, aquell rostre no m'eren estranys, i remenant pels caixonets de la memòria el vaig ubicar a la mítica Mesa de Frades. Potser vaig errat, però en tot cas volia compartir la seva veu aqui al blog amb tots vosaltres.
Gràcies a l'amic António Carpinteiro per la seva ajuda.
Dos clàssics, poema de João Ferreira Rosa que ja hem penjat al blog cantat pel seu autor, amb música de Fado Cravo d'Alfredo Marceneiro.
Triste sorte
Ando na vida à procura
Duma noite menos escura
Que traga luar do céu;
Duma noite menos fria
Em que não sinta a agonia
Dum dia a mais que morreu
Vou cantando amargurado / Mais um fado e outro fado
Que fale do fado meu
Meu destino assim cantado / Jamais pode ser mudado
Porque do fado sou eu
Ser fadista, é triste sorte
Que nos faz pensar na morte / E em tudo que em nós morreu
Andar na vida à procura
Duma noite menos escura / Que traga luar do céu
Amb R. Rocha i J. Santos Jr. a Mesa de Frades |
Porto sentido
Quem vem e atravessa o rio / Junto à Serra do Pilar
Vê um velho casario / Que se estende até ao mar
Quem te vê, ao vir da ponte / És cascata sanjoanina
Erigida sobre o monte / No meio da neblina
Por ruelas e calçadas / Da ribeira até á foz
Por pedras sujas e gastas / E lampiões tristes e sós
Esse teu ar grave e sério / Num rosto de cantaria
Que nos oculta o mistério / Dessa luz bela e sombria
Ver-te assim abandonado / Nesse timbre pardacento
Nesse teu jeito fechado / De quem mói o sentimento
E é sempre a primeira vez / Em cada regresso a casa
Rever-te nessa altivez / De milhafre ferido na asa.