No havia escoltat massa l'António Ganhão i tampoc no he sabut trobar massa informació seva a internet, més enllà d'un parell de vídeos a Yotube.
En aquest darrer viatge he tingut ocasió d'escoltar-lo en directe a la casa de fados A Nini, da rua Francisco Manuel de Melo a la freguesia de São Sebastião da Pedreira, i vaig poder comprar el seu CD "Uma Vida... Alguns Fados", del qual presentem aqui un fado que a mi m'agrada particularment: Rosa da noite, del enyorat Ary dos Santos.
Un poema que transpua la passió que sentia per la seva ciutat, una passió que l'envoltava i li arrabassava l'ànima. Una passió per aquesta Lisboa antiga "velhinha" que a mi també em té el cor robat i em sembla la ciutat més encisadora que conec...
Rosa da noite
Rosa da noite
Vou pelas ruas da noite / Com basalto de tristeza
Sem passeio que me acoite /Rosa negra à portuguesa
É por dentro do meu peito triste / Que o silêncio se insinua agreste
Noite negra que despiste / A ternura que me deste
Um cão abandonado
Uma mulher sózinha
Num caixote entornado
A mágoa que é só minha
Levo aos ombros as esquinas / Trago varandas no peito
E as pedras pequeninas / São a cama onde me deito
És azul claro de dia / E azul escuro de noite
Lisboa sem alegria / Cada estrela é um açoite
A queixa de uma gata
O grito de uma porta
No Tejo uma fragata
Que me parece morta
Morro aos bocados por ti / Cidade do meu tormento
Nasci e cresci aqui / Sou amigo do teu vento
Por isso digo Lisboa, amiga / Cada rua é uma veia tensa
Por onde corre a cantiga / Da minha voz que é imensa.
letra tirada do blog fadosdofado de José Fernandes Castro