diumenge, 25 de març del 2012

António Ganhão

No havia escoltat massa l'António Ganhão i tampoc no he sabut trobar massa informació seva a internet, més enllà d'un parell de vídeos a Yotube.

En aquest darrer viatge he tingut ocasió d'escoltar-lo en directe a la casa de fados A Nini, da rua Francisco Manuel de Melo a la freguesia de São Sebastião da Pedreira, i vaig poder comprar el seu CD "Uma Vida... Alguns Fados", del qual presentem aqui un fado que a mi m'agrada particularment: Rosa da noite, del enyorat Ary dos Santos.

Un  poema que transpua la passió que sentia per la seva ciutat, una passió que l'envoltava i li arrabassava l'ànima. Una passió per aquesta Lisboa antiga "velhinha" que a mi també em té el cor robat i em sembla la ciutat més encisadora que conec...
Rosa da noite


Rosa da noite

Ary dos Santos / Joaquim Luíz Gomes

Vou pelas ruas da noite / Com basalto de tristeza
Sem passeio que me acoite /Rosa negra à portuguesa

É por dentro do meu peito triste / Que o silêncio se insinua agreste
Noite negra que despiste / A ternura que me deste


Um cão abandonado
Uma mulher sózinha
Num caixote entornado
A mágoa que é só minha

Levo aos ombros as esquinas / Trago varandas no peito
E as pedras pequeninas / São a cama onde me deito

És azul claro de dia / E azul escuro de noite
Lisboa sem alegria / Cada estrela é um açoite

A queixa de uma gata
O grito de uma porta
No Tejo uma fragata
Que me parece morta

Morro aos bocados por ti / Cidade do meu tormento
Nasci e cresci aqui / Sou amigo do teu vento

Por isso digo Lisboa, amiga / Cada rua é uma veia tensa
Por onde corre a cantiga / Da minha voz que é imensa.


letra tirada do blog fadosdofado de José Fernandes Castro