Del darrer disc de Camané Do amor e dos dias, amb unes lletres bastant aconseguides, n'hi ha una que m'ha enganxat. Es tracta d'un poema de Manuela de Freitas, Último recado, cantat amb música de fado tradicional *Fado Louco* d'Alfredo Marceneiro.
La lletra té un cert toc de sarcasme i ironia, que també m'ha semblat notar amb altres poemes cantats amb aquesta música, com per exemple Eles e eu, poema de Carlos Conde que va cantar Fernando Maurício.
Ironia és el títol del poema d'Armando Neves que va cantar Marceneiro i que va donar nom a aquest fado tradicional.
Fado Louco
comencem amb el mestre....
Ironia
Armando Neves / Alfredo Marceneiro *fado louco*
Na vida de uma mulher
Por muito séria que a tomem
Há sempre um homem qualquer
Trocado por qualquer homem
O homem com dor sentida / Ou com sentido prazer
Deixa pedaços de vida / Na vida de uma mulher
Embora terna e amante / Jurando amar um só homem
A mulher não é constante / Por muito séria que a tomem
Tanto vale a mulher bela / Como a mais feia mulher
Perdido de amor por ela / Há sempre um homem qualquer
E por mais amor profundo / Por mais juras que se somem
Há sempre um homem no mundo / Trocado por qualquer homem
continuem amb l'alumne avantatjat....
No dia em que deixaste
nada quis do que te dei
tudo o que eu tinha levaste
nem com a saudade fiquei
Se foi tão fácil esquecer-te
e ao pouco bem que me deste
só me resta agradecer-te
todo o mal que me fizeste
Aqui vai este recado
gratidão a que me obrigas
por tudo, muito obrigado
por nada, espero que digas
Não penso que ele te fira
nem qualquer bem te fará
de nada, nada se tira
a nada, nada se dá
Mas fico mais descansado
sem nenhum mal entendido
já que fui mal empregado
não sou mal agradecido
E serve para confessar
quanto fiquei a dever-te
por nunca poder pafar
o que ganhei em perder-te
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