Jorge Fernando, un nom ilustre en el món del fado i des de qualssevol punts de vista, un innovador ,un "revolucionari" del fado sense trair el seu esperit.
M'agrada enormement tot el que ell fa i com acompanya els fadistes amb la viola de fado . He tingut la sort de veure'l diverses vegades a Lisboa, sobretot a la Casa de Linhares, però també passejant amb altres fadistes per les ruas d'Alfama de tasca en tasca per compartir, menjar, beure i cantar el fado.
Diria que és una persona senzilla i que estima el que fa, com, si no, podria escriure, musicar i interpretar una balada-fado -o viceversa- com aquest
Quebranto
Letra e musica de Jorge Fernando
Nesse teu olhar timbre de mel
Onde deito os olhos a perder
Descubro que o querermos ser fiel
Não depende só de queremos ser Desce em mim um silêncio
Um leve quebranto
Que triste paira no ar
E p'la calada da noite Me faz voltar
Me faz voltar
Não posso pôr a mão no pensamento
Reduzi-lo ao fechar da minha mão
Mas sempre a ti regressa em voo lento
Como te sou fiel, descubro então
Por isso, minha amada de olhos doces
Onde me traio para te ser fiel
Assim eu não seria, se não fosse
Esse teu olhar timbre de mel.
Fa algun temps que vaig comprar aquest CD de Cardoso de Menezes, conegut popularment com Margaride, de qui havia sentit a parlar però a qui no li coneixia la veu.
Es tracta d'un fadista dels anomenats "amador" que a més de la seva professió d'ingenyer, té en el fado la seva segona vocació -o potser la primera- i que ha gravat alguns CDs.
Presentem aqui un fado que considero poc cantat avui dia, el fado Cuf d'Alfredo Marceneiro, amb un poema d'Artur Ribeiro, amb el títol de Atalhos proibidos, conegut també amb el nom de
Há fado dentro de mim
Há fado em mim
Artur Ribeiro / Miguel Ramos
Há fado na minh’alma por ti louca
Neste anseio de choro que m´invade
E que deixa ficar na minha boca
O travo tão amargo da saudade
Há fado nesta lágrima sentida
Que brinca no meu riso amargurado
E vai caír teimosa e dolorida
Sob as notas vadias do meu fado
Há fado se não dormes no meu peito
No tanger das guitarras em quebranto
Há fado no meu canto contrafeito
Pois te não vejo aqui, enquanto canto
Há fado, nos meus passos descabidos
No meu bater à porta sempre errada
Quem anda por atalhos proibidos
Pode chegar ao fim e não ter nada.
Aquest és el títol d'un CD que vaig comprar a Lisboa l'abril passat.
Volia tenir alguna gravació del grup Entre Vozes, formació creada a la dècada dels noranta per les fadistes Alexandra, Alice Pires, Lenita Gentil i Maria da Fé, i en aquest CD n'hi ha tres, i a més també hi trobem al grup Quatro Cantos i al Quinteto Amália.
Hi ha poca informació d'aquesta formació musical i desconec si ha variat els seus components al llarg del temps, i per tant desconec -el CD és parc en informació- si aquestes fadistes que canten són les que van formar el grup en un principi.
Us deixo amb Entre Vozes.
Medley de cançons d'Amália
Amália (José Galhardo / Federico Valério)
Amália, quiz Deus que fosse o teu nome
Amália, acho-lhe um jeito engraçado
bem nosso e popular
quando oiço alguém gritar
Amália, canta-me o fado
Amália, esta palavra ensinou-me
Amália, tu tens na vida que amar
e como até morrer
amar é padecer
Amália chora a cantar!
Ai Mouraria (Federico Valério / Amadeu do Vale)
Ai Mouraria da velha Rua da Palma
Onde eu um dia deixei presa a minha alma
Por ter passado, mesmo a meu lado, certo fadista
De cor morena, boca pequena, e olhar trocista
Ai Mouraria do homem do meu encanto
Que me mentia, mas que eu adorava tanto
Amor que o vento, como um lamento, levou consigo
Mas que ainda agora, e a toda a hora, trago comigo
Ai Mouraria Dos rouxinóis nos beirais
Dos vestidos cor de rosa
Dos pregões tradicionais
Ai Mouraria Das procissões a passar
Da Severa, a voz saudosa
Da guitarra a soluçar.
Vou dar de beber a dor (Alberto Janes)
Foi no domingo passado que passei
Á casa onde viva a Mariquinhas
Mas está tudo tão mudado que não vi em nenhum lado
As tais janelas que tinham tabuínhas;
Do rés do chão ao telhado, não vi nada, nada, nada
Que pudesse recordar-me a Mariquinhas
E há um vidro pregado e azulado Onde havia as tabuínhas As janelas tão garridas que ficavam
Com cortinados de chita ás pintinhas
Perderam de todo a graça, porque é hoje uma vidraça
Com cercadura de lata ás voltinhas;
E lá p'ra dentro quem passa, hoje é p'ra ir ao penhor
Entregar ao usurário umas coisinhas
Pois chega a esta desgraça, toda a graça
A casa da Mariquinhas
P'ra terem feito a casa o que fizeram
Melhor fôra que a mandassem prás alminhas
Pois ser casa de penhores, o que foi viveiro de amores
É ideia que não cabe cá nas minhas;
Recordações do calor e das saudades, o gosto
Que eu vou procurar esquecer, numas ginginhas
Pois dar de beber á dôr, é o melhor
Já dizia a Mariquinhas.
Uma casa portuguesa (Reinaldo Ferreira / Matos Sequeira / Artur Fonseca)
Numa casa portuguesa fica bem Pão e vinho sobre a mesa
E se á porta humildemente bate alguém Senta-se á mesa c'oa gente;
Fica bem essa franqueza, fica bem
E o povo nunca desmente;
Que a alegria da pobreza
Está nesta grande riqueza
De dar e ficar contente Quatro paredes caiadas, um cheirinho a alecrim Um cacho de uvas doiradas, duas rosas num jardim Um São José de azulejo, mais o sol da primavera Uma promessa de beijos, dois braços à minha espera É uma casa portuguesa, concerteza É concerteza, uma casa portuguesa.
Les quadras -quartets- són poemes de quatre versos i són una de les expressions més populars en el món del fado.
Sovint podem veure el títol de "Quadras soltas" en molts CDs de fado, cantades en diferents músiques. Es tracta d'estrofes de quartre versos, la major part de les vegades agafades de diversos fados i cantades segons l'ordre que el fadista vol.
Aquestes poema que avui escoltem aqui, a més, es diu Cinco quadras ao gosto popular, cantades amb la música de Fado Alfacinha del guitarrista Jaime Santos.
Els versos són de Fernando Pessoa, i ens els canta Duarte. Aquestes quadras que va gravar en el seu primer treball discogràfic Fados Meus, són de Fernando Pessoa.
Un CD, aquest de Duarte, molt interessant i recomanable.
Fernando Pessoa/Fado Alfacinha
Cantigas de portugueses
são como barcos no mar
vão de uma alma para outra
com riscos de naufragar.
Dias são dias, e noites
são noites e não dormi...
os dias a não te ver
as noites pensando en ti.
Tenho vontade de ver-te
mas não sei como acertar.
Passeias onde não ando,
andas sem eu te encontrar.
Quero lá saber por onde
andaste todo este dia!
Nunca faz -bem que se esconde...
mas onde foste, Maria?
Quando a manhã aparece
dizem que nasce alegria
isso era se Ela viesse.
Até de noite era dia.
Ja som al zènit, al bell mig de l'any, al cim de tot, una mica com ho está la fadista amb qui encetem aquest mes de juliol: Celeste Rodrigues, de qui crec que és la fadista en actiu més vella amb 89 anys i més de 60 cantant fados per les cases típiques de Lisboa.
Juliol ens porta la seva veu amb aquest vídeo-muntatge que hem preparat amb molt d'amor, amb algunes fotografies seves, tot recordant, amb molta saudade, aquella nit en què vam compartir taula a la casa de fados Cafè Luso a la Travessa da Queimada al bairro Alto.
Confesso que vaig sentir-me aclaparat per la fermesa i naturalitat amb què la Celeste ens va regalar els seus fados aquella nit.
Juliol és un mes intens, com ho és també la Celeste, a qui des d'aquest raconet li enviem un abraçada intensa i amb saudades.
Nascuda a Santarém, vaig saber d'aquesta fadista a finals de l'any passat quan va treure el seu primer treball discogràfic "Caminhos", que va presentar a la seva ciutat natal l'onze de desembre passat.
Ja fa alguns anys que canta fados. En el 2001 va ser una de les convidades de Carlos Zel al casino d'Estoril en les seves mítiques Quartas de Fado i posteriorment ha actuat a la gala O Fado acontece, al Fòrum de Lisboa i en molts altres esdeveniments.
Sol estar acompanyada a la guitarra portuguesa per Pedro Amendoeira.
Del seu CD escoltem un fado tradicional, el Fado de Adiça, una música d'Armandinho, amb un poema de Manuel de Andrade.
Horas da vida
Há horas, há tantas horas nas horas que a vida tem
e, às vezes, em poucas horas
vivem-se vidas também.
Nas horas que te esperei
eu contei horas sem fim
tantas horas, que nem sei
se ainda há horas p'ra mim.
O tempo marca os seus passos nas horas que nós contamos
e nós deixamos os traços
dos passos que nela damos.
A vida tem horas certas
são portas que nós fechamos
não ficam portas abertas
p'ras horas que atrás deixamos.
Se as portas e tantas horas,
ficaram todas fechadas,
às vezes em poucas horas,
ganham-se horas passadas.