dimecres, 23 de juliol del 2025

Chegam-me as saudades

Molt sovint m’arriben les saudades.

Aquest fado Penedo que cantava el meu admirat José Manuel Barreto, amb lletra de Diogo Clemente i Mario Laguinha, és la canço que em ve al cap quan aquesta saudade, a vegades dolça i a voltes impertinent -i algun cop dolorosa, magoada- i no me la puc treure del cap.

 La veu d'en Barreto em va atrapar el primer cop que el vaig sentir cantar. És una veu que acarona. No recordo el lloc (potser va ser al Senhor Fado a Alcochete) però li vaig sentir cantar el fado Santa Luzia amb aquella dicció perfecta, com diuen els entesos: dividint bé els versos, i des d’aquell dia es va convertir en un dels fadistes que admiro. Quan ens vèiem sempre li deia el mateix; Cantas como ninguém o Santa Luzia.

 Quan ens va deixar aquest sentiment se’m va fer més evident. Com diuen els versos, jo també canto lliurement aquestes saudades, i, si em sents, saps bé que jo sóc així, de temps en temps m’arriben les saudades.

 Gràcies per tant amic Barreto!


Chegam-me as saudades

Diogo Clemente / Mário Laginha *fado penedo*
Repertorio de José Manuel Barreto

De tempo a tempo chegam-me as saudades
Mal feito fora se hoje as não tivesse
Desertam-me de angústias e ansiedades
Se assim não fosse amor, antes morresse

Chegaste-me outra vez, como o Agosto
Que trago ao longe, ao fim, p’ra lá da dor
Por trás de tantos anos do meu rosto
A vida emudeceu o meu amor

E porque te não tenho ao pé de mim
Eu canto livremente estas verdades
Se me ouves, sabes bem que sou assim
De tempo a tempo chegam-me as saudades



Lletra del blog fados do fado 
video del canal de Youtube de José Manuel Barreto

diumenge, 25 de maig del 2025

divendres, 18 d’abril del 2025

Fado Proença

 


Aquela névoa

Tiago Torres da Silva / Júlio Proença *fado proença*
Repertório de António Pinto Basto

Quem sabe se já morri
Ou se fiquei preso a ti
Numa praia, ainda à espera
Que, do denso nevoeiro
Possa inventar-se, em Janeiro
Um dia de Primavera

A tua saudade levo-a
Agarrada àquela névoa 
Que nos deixa ficar sós
Eu, um rio à minha sorte
A correr cego e sem norte 
Sem saber se tenho foz

E tu, que és só um adeus
Faz dos meus olhos os teus 
Do meu, o teu coração
E diz-me, que eu não me lembro
Se posso ver em Dezembro 
Um dia quente de Verão
Sempre obrigado a FadoTV i a José Fernandes Castro

divendres, 7 de març del 2025

Último poema

Manuel Mendes, l'autor de la música, cap als anys 80 del segle passat cantava e la Taverna D'El Rey al barri d'Alfama. Una nit el poeta Vasco de Lima Couto, que frecuentava el local, va escriure en un tovalló uns versos, i el dia següen va morir.
Aquells versos que havien quedat sense títol va ser musicat per Manuel Mendes i li va donar aquest títol.

ÚLTIMO POEMA



Último poema

Vasco Lima Couto / Manuel Mendes
Repertório de Ricardo Ribeiro 

Então até amanhã meu dia triste
Na taverna da noite do meu fado
Onde canto o amor que não existe
Neste meu amanhã abandonado

Grito dentro de mim a noite e o dia
Nesta hora do sonho mais profundo
Que regressa na voz da despedida
Com que te vejo por estar no mundo

Nas palavras amadas que perdi
O ontem que tu foste já me foge
Então até amanhã, disseste, e eu vi
Que o amanhã não chega ao ontem de hoje