Us deixo amb un Fado Carriche, una de les músiques de Fado que més bé entren per començar a comprendre i sentir aquesta música que diuen que és un remei per l'ànima...
Punxa el play!
La lletra, amb una moldura creada per la fadista Susana Lopes..
Són molts els cops que quan ens trobem amb algú i sorgeix el tema Fado -jo em presento sempre com a modest divulgador d'aquest gènere- ens planten la famosa frase. "és bonic però és molt trist, oi?"
Desprès aprofondint en la conversa queda clar que la majoria d'aquests opinadors, de fado n'han sentit ben poc, parlen dels esteriotips que envolten el Fado, opinen sense conèixer. I alguns, fins i tot, des del desconeixement, volen tenir raó.
També trobo, afortunadament, aquells que si que han estat "tocats" pel Fado, aquells que es deixen agombolar, que es deixen dur pels sentiments, aquells que obren la porta del cor, aquella porta que tots tenim i molts s'entesten a mantenir tancada.
Parlant de portes del cor, no em resisteixo a penjar aquest vídeo d'Alexandre47, en Ricardo Ribeiro a l'emblemàtica Mesa de Frades d'Alfama. Una perla.
A porta do coração
Carlos Conde / Raúl Pinto *fado raul pinto* Feia ou bonita, que importa
Se nos assalta a paixão
Por quem nos sabe vencer
O coração tem uma porta
A porta do coração
Abre-se ás vezes sem querer
Cruzei um dia na vida
Um olhar tão apreceito / Que me toldou a presença
Ela não pediu guarida
Mas bateu com tanto jeito / Que entrou sem eu dar licença
O amor é um imprevisto
Faz-nos rir, faz-nos chorar / Faz-nos sofrer e sentir
O meu coração tem disto
Ás vezes quero fechar / Mas ele teima em abrir
Que importa o riso, a traição
Quem ama, tudo suporta / O resto não tem valor
Só quem não tem coração
É que não uma porta / P’ra dar entrada ao amor.
L'idioma?
Bé potser que la lléngua pugui ser un impediment per comprendre el poema al cent per cent. Però amb la llèngua portuguesa compartim un passat, una cuna, la qual cosa fa que ens sigui molt més familiar que altres llèngües que com l'anglès se'ns han instal·lat a casa i sense entendre'n un borrall les trobem del tot familiars.
Tot plegat per dir-vos que potser el que caldria fora que miressim de possar oli per greixar el pany de la porta del cor i deixar que hi entri el que hi tingui que entrar...
Potser us ha semblat tristoi el fado d'en Ricardo Ribeiro...
Si és així escoltem ara la Caldeirada, un fado musicat d'Alberto Janes que a mi m'encanta i que segurament trobarem més alegre. Tot sigui per trencar esteriotips.
Canta André Baptista.
Canta Helena Sarmento.
Caldeirada
Alberto Janes Repertório de Amália
Em tempo de caldeirada o outro dia Já que o peixe estava todo reunido Teve o Goraz a ideia de falar á assembleia No que foi muito aplaudido Camaradas *prinicipia* A ordem do dia é tudo aquilo que for poluição
Porque o homem que é um tipo cabeçudo Resolveu destruír tudo, pois então E com tal habilidade e intensidade Nas fulgurãncias do génio
Que transforma a água pura, numa espécie de mistura Que nem tem oxigénio
E diz ele que é o rei da criação As coisas que a gente lhe ouve e tem de ser
Mas a minha opinião, diz o Pargo Capatão, gostava de lha dizer Pois se a gente até se afoga, grita a Boga
Por o homem ter estragado o ambiente
Dá cabo da criação, esse pimpão, e isso não é decente Diz do seu lugar: tá mau *o Carapau* Porque por estes caminhos Certo vamos mais ou menos, ficando todos pequenos Assim como Jaquinzinhos Diz então a certa alturao Camarão,: Mas o que é que nós ganhamos por falar? Ó seu grande Camarão *pergunta então o Cação* Você nem quer refilar? Se quer morrer *diz a Lula toda fula* C'oa mania da cerveja e dos cafézes Morra lá á sua vontade, que assim seja Para agradar aos fregueses Diz nessa altuta a Sardinha p'rá Taínha: sabe a última do dia? A Pescadinha já louca, meteu o rabo na boca O que é uma porcaria Peço a palavra: gritou o Caranguejo Eu que tenho por mania, observar Tenho estudado a questão E vejo a poluição, dia e noite a aumentar Cai da céu a água pura, e a criatura Pensa que aquilo que é dele, é monopólio Vai a gente beber dela e a goela fica cheia de petrólio A terra e o mar são, p'ró cidadão, assim como o seu palácio Se um dia lhe deito o dente, paga tudo de repente Ou eu não seja Crustáceo É um tipo irresponsável *grita o Sável* O homem que tal aquele Vai a proposta p'ra mesa, ou respeita a natureza Ou vamos todos a ele.
Bé potser si que també és trist que hagin de ser els peixos els que ens ensenyin com hem de tractar la natura...