Ja hem parlat aqui d'Augusto Ramos, un dels tres germans Ramos, fills de Vítor Ramos que fou violista de fado, un dels grans. Tots tres fadistas, com no podia ser d'una altra manera.
L'any 2009 l'Augusto va gravar aquest cd que conservo amb la dedicatòria que em va fer al Boteco da Fá fa pocs anys.
D'aquest treball em crida l'atenció un tema que coneixia, creació de Manuel d'Almeida amb el nom de "Ódio de amor" o "Ódio fatal" amb música de Fado Corrido.
He buscat a Yotube si hi ha alguna gravació d'aquest fado.
La que he trobat no és de gran qualitat, i per aixó penjo aqui també l'audio amb el suport de soundcloud.
En el seu cd Tantas Lisboas, el fadista Marco Rodrigues ens obsequia amb un popurri -una rapsòdia, diu ell- en el qual trobem diverses músiques.
Fado Alvito de Jaime Santos, Fado Georgino de Georgino da Sousa, Fado Pedro Rodrigues sextilhas de Pedro Rodrigues, Fado sem pernas de Guilherme Coração i acabant amb un Corrido de Manuel de Almeida. Tot plegat amb un poema del genial poeta Tiago Torres da Silva.
Em venia de gust escoltar de nou aquest cd d'en Marco gravat el 2010 i aquest "medley" sembla que dóna una mica d'ànims en aquest estiu tan calorós i també tan estrany....
Fado Alvito Quem entrega a alma ao Fado Precisa de ter cuidado Com cada coisa que sente Porque se o fado a aceita A alma pouco aproveita Da vida que tem à frente
Fado Georgino Quem entrega ao fado a alma Precisa de andar com calma Sem fazer muito alarido Pois sempre que o fado a quer Toma a alma por mulher Mas não se faz seu marido
Fado Pedro Rodrigues (Sextilhas) Quem ao fado a alma entrega À noite nunca sossega Dos p'rigos que o fado traz, Abre as portas à desgraça Porque essa noite não passa Quando o fado se desfaz
Fado Sem pernas Mas quando um fadista canta, A noite que estava fria Vai aquecer-se à garganta De uma nova melodia Mas quando um fadista sente O sol vai perdendo o medo E planta adentro da gente Um dia que vem mais cedo
Corrido de M. de Almeida Mas quando um fadista chora As suas dores mais secretas Pára o tempo e nessa hora Choram todos os poetas Mas quando um fadista prende A alma de uma mulher É a guitarra que entende O fado que ninguém quer.
Fa un parell d'anys llargs que vaig comprar aquest cd Saudade no Futuro, un projecte que pretén unir i donar a conéixer joves fadistes, músics i cantants que comencen en aquest món del fado, i dels que de ben segur en sentirem a parlar en un futur próxim.
El vaig comprar perquè coneixia una de les joves fadistes, la Teresinha Landeiro, i també al menut Gaspar Varela amb la seva mini-guitarra.
L'anima del projecte la trovareu aqui, en Rui Rocha, autor de bona part dels poemes d'aquest cd.
De fet aquest cd l'he tingut -confesso- una mica oblidat tot aquest temps. Però d'avui no passa que
sentim els protagonistes.
Diu Camané a la presentació del cd de Gisela João que el primer disc de la carrera d'un artista, és quelcom molt important. El tractament que es faci en allò que s'escull, determina un camí, una forma de ser, un punt de partida, una mostra d'allò que som.
Després ja vindran els crítics per dir-hi la seva, per escriure els "tòpics" que se solen escriure, normalment per quedar bé. Els "típics-tòpics" de "és aqui on està el nou fado" "ella reinventa el fado" "té una gran amplitud emocional"...i coses per l'estil és el que acostumem a llegir.
Jo com que no en sóc, de crític, em limito a dir que sempre que he escoltat la Gisela en directe, m'ha emocionat, i amb aquest cd de presentació em continua emocionant. Trobo la composició del disc molt encertada, més enllà del nivell dels instruments, que no veig que es limitin a acompanyar la fadista, i que en el meu mode d'entendre queden a un nivell massa alt.
I la veritat és que costa decidir-se per quin tema he de posar aqui al blog, encara que del tema que escollim, podem passar als altres...si voleu.
Antigamente
Lletra.- Manuel de Almeida Música popular (fado Corrido)
Avui presentem uns poemes antics amb el mateix títol: "É tão bom ser pequenino" -És tan bonic ser petit.
L'un del poeta Carlos Conde cantat amb la música de fado Mouraria, per l'Alfredo marceneiro, i l'altre, que ja vam presentar aqui fa algun temps, amb música de fado Corrido, en aquest cas cantat pel fadista Rodrigo. La lletra és de Linhares Barbosa.
En ambdos casos els poetes lloen les bondats de ser petit, tenint qui et cuidi, tenint pare, mare, avis... tots sempre amatents per tal que no et falti de res.
Algú pot pensar que son poemes amb un cert tuf d'antigor, massa simples, o potser de llàgrima fàcil. Que avui ja no es diuen aquestes coses, o d'aquesta manera. Potser si que avui costa més de ser simples i hem tendit a fer-ho tot més complexe, i fins i tot amagar sentiments.
Avui em venia de gust parlar d'això.
Tenir pare, mare, avis, tenir esperança en el futur i tenir qui t'estimi...
Alfredo Marceneiro
É tão bom ser pequenino
L. Carlos Conde
m. Fado Mouraria
É tão bom ser pequenino
Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter esperança no destino
E ter quem goste de nós
Ver tudo com alegria
Sem delongas sem demoras
Viver a vida numa hora
Eternidade num dia
Ter na mente a fantasia
Dum bem que ninguém supôs
Ter crença sonhar a sós
Com a grandeza deste mundo
E para bem mais profundo
Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter muito elevo a sonhar
Acordar e ter carinho
Ter este Mundo inteirinho
No brilho do nosso olhar
Viver alheio ao penar
Deste orbe torpe ferino
Julgar-se eterno menino
Supor-se eterna criança
E num destino sem esperança
Ter esperança no destino
Oh! Desventura, Oh! Saudade
Causas da minha inconstância
Dai-me pedaços de infância
Retalhos de mocidade
Dai-me a doce claridade
Roubando-a ao tempo atroz
Eu queria ter a minha voz
Para cantar o meu passado
E é tão bom cantar o fado
E ter quem goste de nós.
Rodrigo
É tão bom ser pequenino
João Linhares Barbosa / Popular *fado corrido* É tão bom ser pequenino
Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter esperança no destino
E ter quem goste de nós
Vem cá José Manuel / Dás-me a graciosa ideia
De Jesus na Galileia / A traquinar num vergel
És morenito de pele / Como foi o Deus menino
Tens o mesmo olhar divinov / Ai que saudades eu tenho
Em não ser do teu tamanho É tão bom ser pequenino
Os teus dedos delicados / Nessas tuas mãos inquietas
Lembram-me dez borboletas / A voejar nuns silvados
Fui como tu, sem cuidados /Também já corri veloz
Vem cá, falemos a sós / Dum caso sentimental
Que eu vou dizer-te o que vale Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter avós, afirmo-to eu / Perdoa as imagens minhas
É ter relíquias velhinhas / E ter mãe, é ter o céu
Ter pai assim como o teu / Que te dá o pão e o ensino
É ter sempre o sol a pino / E o luar com rouxinóis
Triunfar como os heróis Ter esperança no destino
Tu sabes o que é a esperança / O sonho, a ilusão a fé?
Sabes lá o que isso é / Minha inocente criança!
Tu és fonte na pujança / Eu, o rio que chegou á foz
Eu sou ante e tu após / Ai que saudades, saudades
A gente a fazer maldades E ter quem goste de nós
Crec que va ser l'amiga Filomena Franco qui va engegar al Facebook un grup obert amb aquest nom: Alentejo - Terra e Gente, que ja ha ultrapassat els dos mil membres els quals han anat publicant diverses fotos, vídeos, i comentaris, de tota mena.
M'ha sobtat la bona acollida que ha tingut aquesta idea. L'Alentejo, aquesta vasta regió del sud de Portugal, ha resultat ser una terra molt estimada, bé, segurament ja ho era d'estimada, i aquest grup del Facebook ens ha permès de certificar-ho.
Una de les moltes perles que he trobat, és aquest "corrido" cantat pel fadista d'Évora António Pinto Basto que va publicar l'amic Raúl Pinto a qui vaig demanar la lletra per tal de poder entendre millor aquesta particular manera de parlar dels habitants de l'Alentejo. Li ho agraeixo.
Felicitem i agraïm des d'aqui a la impulsora d'aquesta idea perquè ens permet gaudir de les particularitats d'aquest bonic Alentejo. Gràcies Mena.
Mestre Alentejano
l.- João Vasconcelos e Sá
m.- Popular *fado corrido*
MESTRE ALENTEJANO Terra de grandes barrigas, Onde há tanta gente gorda, Às sopas chamam açorda E à açorda chamam-lhe migas; Às razões chamam cantigas, Milhaduras são gorjetas, Maleitas dizem maletas, Em vez de encostas, chapadas, Em vez de açoites, nalgadas E as bolotas são boletas. Terra mole é atasquêro, Ir embora é abalári, Deitar fora é aventári, Fita de couro é apero; Vaso com planta é cravêro, Carpinteiro é abegão, A choupana é cabanão E às hortas chamam hortejos Os cestos são cabanejos E ao trigo chama-se pão. No resto de Portugáli Ninguém diz palavras tais; As terras baixas são vais Monte de feno é frascáli Vestir bem parece máli À aveia chamam cevada Ao bofetão orelhada Alcofa grande é gorpelha Égua lazã é vermelha Poldra “isabel” é melada. Quando um tipo está doente Logo dizem que está morto. A todo o vau chamam porto Chamam gajo a toda a gente Vestir safões é corrente Por acaso é por adrego, Ao saco chamam talego E, até nas classes mais ricas Ser janota é ser maricas Ser beirão é ser galego. Os porcos medem-se às varas, O peixe vende-se aos quilos E a gente pasma de ouvi-los Usar maneiras tão raras; Chamam relvas às searas Às vezes, não sei porquê E tratam por vomecê Pessoas a quem venero; “não quero” dizem “na quero” “eu não sei” dizem “ê nã sê”! ***************************
Ens escriu l'amic Manuel Sanches fent-nos avinent que el poema que segueix i que creiem continuació de l'anterior, es titula DITOS DO ALENTEJO OU MESTRE ALENTEJANO (II) i la seva autora la poetessa popular de Campo Maióri, la Rosa Dias.
Queda doncs aquesta rectificació aqui amb el nostre agraïment a l'amic Manuel.
Assim já cantei um dia Pois no Alentejo nasci Ali amei e sofri E ao meu povo eu entendia Pastel de grão é azevia Massa frita é brinhol Piolho cata-se ao sol À lenha chamam molheta O zangado diz punheta Sapateiro usa serol A frigideira é sartém Uma tigela plangana Mulher de graça é magana Falar mal é coisa vã Cama de molas divã E quem dança está balhando Chover pouco é muginando A gasosa é um pirulito Qualquer cão é um canito Chorar baixo é chomingando Ao leite chamam-lhe lête Um bacio é um penico Um desmaio é um fanico Um canteiro é alegrete O soutien é um colete Do pão dur(o) fazem-se migas São saias quaisquer cantigas Grão cozido é gravançada Qualquer pessoa é coitada E as amantes são amigas Emprestar é repassar Mentiroso é trapacêro Amolador é um gatêro Ir a mondar é escardar Chatear é amolar Do pobre diz-se infeliz A igreja é uma matriz Cafeteira é choclatêra Coisa torta é pernêra E é o povo que assim diz Um barril é um porrão E a garagem é cochêra Chouriço preto é cacholêra Preguiçoso é lazerão Homem do campo é ganhão Chama-se fosso a um val Almofariz é um gral Sopas frias é gaspacho Viver bem é ter um tacho / VIVE BEM QUEM VIVEU MAL
Més fotografias i més vídeos de l'Alentejo al FacebookUns dies de vacances pel blog i per mi. Estaré a Lisboa saludant els amics i escoltant fado!! Bones Festes a tots els amics que passeu per aqui!!
Al Bairro da Bela Vista del Casal do Cotão, a Cacém, el Mário i l'Aurora Cabrita tenen un restaurant on els dissabtes es fa silenci perquè es canta el Fado. El passat Desembre vàrem tenir l'oportunitat d'assistir-hi i ens faltava fer-ne una ressenya en aquest "cantinho" de fado. Lamentem no tenir més fotografies d'aquella nit, amb les que disposem va aquest vídeo d'homenatge a tots aquests fadistes que viuen el fado en primera línia, de vegades lluny dels grans escenaris, i que són, veritablement, l'ànima d'aquest plaer dels sentits: El Fado.
Els músics Filipe Lucas i la seva peculiar guitarra de catorze cordes, el José Clemente a la viola, que deixarà un digne successor en el seu fill Diogo, i en Tó Moliças a la viola-baixo, van acompanyar el Mário Cabrita, l'Aurora Cabrita, la Teresa, en João Rosa, la Conceição Ribeiro, en Vítor Feiteira, en Fernando Manuel, l'Anita de Sousa, i algun altre nom que lamentem no recordar.
En homenatge a tots aquests fadistes, escoltem l'Aurora i en Mário.
Va ser cap a primers de gener que vaig rebre un c/e d'aquest fadista, en el qual em felicitava per aquest "cantinho" de fado que ell tot just acabava de descobrir.
En aquest c/e em donava el seu lloc web: www.carlosmacedo.net loc que he anat visitant periòdicament. També vídeos seus que hi ha a la xarxa, perquè la seva veu em va agradar només de sentir-la, i el seu "jeito" fadista senzill, i la claredat de la seva dicció que permet entendre fàcilment la lletra del poema, fins i tot a un català, que com jo, no domina gaire bé la llengua de Camões, captivan de seguida.
En Carlos Macedo, a més de cantador és també guitarrista, un guitarrista que també construieix guitarres portugueses.
Espero i desitjo poder escoltar-lo "ao vivo" en el proper viatge a Lisboa. Até logo, pois, amigo Carlos.
He escollit un Fado Corrido, amb un poema exquisit de Maria Manuel Cid que ens parla de la Llibertat... potser de l'enveja que desperta la llibertat que creiem veure en els altres i tal vegada ens fa sentir menys lliures.
Rouxinól da Caneira
Maria Manuel Cid / Popular *fado corrido*
Fez o ninho o rouxinól A tocar na água baixa Guardado da luz do sol P'la caneira da maracha
Não tem que pôr sua mesa / Nem de calar a verdade É senhor da natureza / E dono da liberdade
É livre de olhar as águas / De se afogar na corrente É livre de contar mágoas / É livre de estar contente
Ninguém te corta o caminho / Nem te impede de voar Ninguém te nega carinho / Ninguém te obriga a calar Ó rouxinól da caneira / Inveja de toda a gente Hás-de ensinar-me a maneira / De viver tão livremente
O Llibert, o meu filho mais velho, é um grande amante da música. Ele gosta, além da música de hoje, daquela se fazia nos anos da minha mocidade. Nos últimos tempos, por causa de ouvir tanto fado em casa, gosta dele bastante, e claro tem as suas preferências.
Perguntei-lhe assim. -Que fado gostas mais? E sem duvidar um momento contesto: -É tão bom ser pequenino!!!
Eu sabia que ele gostava deste fado, e mais quando é cantado pelo admirado Rodrigo, mas como já fizum post delecom um vídeo que encontrei no Youtube hoje vamos a ouvi-lo pelo Rei Fernando Maurício.
Dedicado ao Llibert
É tão bom ser pequenino
João Linhares Barbosa / Popular *fado corrido*
Repertório de Fernando Maurício
É tão bom ser pequenino
Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter esperança no destino
E ter quem goste de nós
Vem cá José Manuel / Dás-me a graciosa ideia
De Jesus na Galileia / A traquinar num vergel
És morenito de pele / Como foi o Deus menino
Tens o mesmo olhar divinov / Ai que saudades eu tenho
Em não ser do teu tamanho
É tão bom ser pequenino
Os teus dedos delicados / Nessas tuas mãos inquietas
Lembram-me dez borboletas / A voejar nuns silvados
Fui como tu, sem cuidados /Também já corri veloz
Vem cá, falemos a sós / Dum caso sentimental
Que eu vou dizer-te o que vale
Ter pai, ter mãe, ter avós
Ter avós, afirmo-to eu / Perdoa as imagens minhas
É ter relíquias velhinhas / E ter mãe, é ter o céu
Ter pai assim como o teu / Que te dá o pão e o ensino
É ter sempre o sol a pino / E o luar com rouxinóis
Triunfar como os heróis
Ter esperança no destino
Tu sabes o que é a esperança / O sonho, a ilusão a fé?
Sabes lá o que isso é / Minha inocente criança!
Tu és fonte na pujança / Eu, o rio que chegou á foz
Eu sou ante e tu após / Ai que saudades, saudades
A gente a fazer maldades
E ter quem goste de nós