Es mostren els missatges amb l'etiqueta de comentaris Beatriz de Conceição. Mostrar tots els missatges
Es mostren els missatges amb l'etiqueta de comentaris Beatriz de Conceição. Mostrar tots els missatges

dissabte, 28 de novembre del 2015

Un adéu

Un record d'aquells que permaneixen i que ens acompanyaran ja per sempre. 

Això significa per a mi la tia Bia, que em va emocionar tant aquella nit a la Tasca do Chico, això, i també i sobretot sentir el Fado, comprendre el Fado, saber-ne l'essència.

Per això el meu agraïment i la certesa que serà sempre per a mi un record d'aquells que guardem amb aquell cel  que només les coses importants demanen.


Obrigado Bia.





Lisboa

Artur Ribeiro / Ferrer Trindade
Repertório de Beatriz da Conceição
Vejo do cais mil janelas / Da minha velha Lisboa
Vejo Alfama das vielas / O Castelo a Madragoa

Os meus olhos rasos de água / Deixam por toda a cidade
Na minha prece de mágoa / Esta canção de saudade

Quando eu partir, reza por mim Lisboa
Que eu vou sentir, Lisboa, penas sem fim, Lisboa
Saudade atroz que o coração magoa
A minha voz entoa feita canção, Lisboa
E se ao voltar me vires chorar, perdoa
Que eu abra a porta á tristeza para depois rir á toa
Tenho a certeza que ao ver as ruas tal qual hoje eu vejo
Esse teu ar de raínha do Tejo
Hei-de beijar-te, Lisboa

Hei-de beijar com ternura / As tuas sete colinas
E vou andar á procura / De mim, nas tuas esquinas

E tu Lisboa, hás-de vir / Aqui ao cais como agora
P'ra eu te dizer a rir / O que hoje minh'alma chora.

divendres, 26 de juliol del 2013

Fado Alcântara

Raúl Ferrão
Un dels fados tradicionals potser menys escoltat i menys gravat, amb una peculiaritat que consisteix a tenir "refrão", "tornada", "estribillo" -gens habitual en els fados tradicionals- al menys els poemes que he pogut trobar i escoltar, com aquest que presentem com a mostra, cantat per la "Bia",  Dona Beatriz de Conceição.


L'autor, Raúl Ferrão, nascut a finals del XIX, era militar de professió, alhora  que músic, autor de músiques per cinema però també de fados com Velha Tendinha o Rosa enjeitada, entre d'altres.


Balada das mãos ausentes


João Dias / Raúl Ferrão *fado alcântara*
 
 
Este poema, quisera que fosse grito
Para lá do infinito, além do tempo
Que o próprio vento o levasse em seu rumor
Como mensagem de amor, este poema

Que minha voz fosse a voz da própria terra
Ecoando de serra em serra gritos de paz
Gestos de pão sagrados são, gestos de amor
Por cada um nasce uma flor em cada mão

Semi-deuses conquistam a lua
Outros planetas, todo o universo
E na terra, tu, criança nua
Que triste vegetas sem pão  e sem berço
E às mãos que trocaram arados
Por gestos sagrados de redes e remos
Por gestos de morte, blasfemo
Gritarei no meu fado... o herói está errado

Quisera ser a força do mar revolto
Neste grito que ora solto em alta voz
E que esse canto fosse a voz de todos vós
O pranto do vosso pranto, qusera ser

Para dizer; mão sublimes, mãos ausentes
Na distância das sementes, voltem à terra
Ela vos quer de novo no seio sagrado
Pois há lamentos de prado na voz da terra.
 
Letra extreta do blog fadosdofado

dilluns, 9 d’abril del 2012

Bia

Bairro Alto, dimecres 7 de març. Havíem d'anar a la Tasca do Chico abans de marxar i donar per acabada aquesta curta estada en terres portugueses. És una cita ineludible per a mi.

Després de passar una bona estona escoltant fados des del carrer estant, aprofitant un descans, intentem entrar, com es fa sempre aqui, o sigui amb molt de compte entre els tamborets, els "bancos" minúsculs que omplen tot l'espai. Va ser llavors que la vaig veure, no hi havia dubte: era la Bia, la Beatriz de Conceição la que estava asseguda en un d'aquells "bancos", i a la que uns tècnics de so, li anaven gravant les seves converses amb altres fadistes i amb els clients de la casa. Sabia que acabaria cantant. N'estava segur. Així que vaig buscar la millor de les posicions possibles i vaig demanar un "xoriço assado" i un bon got de vi, i em vaig carregar de paciència, tot esperant que la Bia cantés.

L'espera es va fer molt més que amena doncs vam escoltar en Pedro Moutinho i l'Ana Margarida Pinto entre altres, fins que va arribar el moment esperat i vam poder enregistrar el moment .
Aquest n'és el resultat....

Madrugada sem sono

Goulart Nogueira / Raúl Ferrão
Na solidão a esperar-te
Meu amor fora da lei
Mordi meus lábios sem beijos
Tive saudades, chorei

Despedi-me do teu corpo / E por orgulho fugi
Andei dum corpo a outro corpo / Só p’ra me esquecer de ti

Embriaguei-me , cantei / E busquei estrelas na lama
Naufraguei meu coração / Nas ondas loucas da cama

Ai abraços frios de raiva / Ai beijos de nojo e fome
Ai nomes que murmurei / Com a febre do teu nome

De madrugada sem sono / Sem luz, nem amor, nem lei
Mordi os brancos lençóis / Tive saudades, chorei.


 

Noite

Vasco de Lima Couto / Maximiano de Sousa

Sou da noite um filho noite / Trago ruas nos meus dedos
De contarem os segedos / Aos altos campos do amor
E canto porque é preciso / Raiar a dôr que me impele
E gravar na minha pele / As fontes da minha dôr

Noite....

Companheira dos meus gritos
Rio de sonhos aflitos
Das aves que abandonei
Noite...

Céu dos meus casos perdidos
Vêm de longe os sentidos
Das canção que eu entreguei

Oh minha mãe de arvoredo / Que penteias a saudade
Com que eu vi a humanidade / Na minha voz soluçar
Dei-te um corpo de segredo / Onde arrisquei minha mágoa
E onde bebi essa água / Que se prendia no ar.


letras tiradas do blog do amigo José Fernandes Castro

diumenge, 18 d’abril del 2010

Ovelha negra - Beatriz de Conceição

Ja vam escoltar la Beatriz de Conceição en un *fado dos Sonhos* aqui en aquest racó de fado.
Aquesta fadista de Porto té un estil molt personal, una marca que no permet confusions.

Ovelha negra, un poema molt descriptiu d'una determinada manera de ser

"...de sang de les meves venes,
vaig oferir copes ben plenes,
a la sed de tota la gent..."

lletra de João de Conceição Dias i música de Jaime Santos *fado Alvito*
punxa el play!!

Ovelha negra

João Dias / Jaime Santos *fado alvito*
Repertório de Beatriz da Conceição
Chamaram-me ovelha negra
Por não aceitar a regra
De ser coisa, em vez de ser;

Rasguei o manto do mito
E pedi mais infinito
Na urgência de viver

Caminhei vales e rios
Passei fomes, passei frios / Bebi água dos meus olhos
Comi raízes de dôr
Doeu-me o corpo d'amor / Em leitos feitos de escolhos

Cansei as mãos e os braços
Em negativos abraços /
De que a alma, foi ausente
Do sangue das minhas veias
Ofereci taças bem cheias /
Á sede de toda a gente

Arranquei com os meus dedos
Migalhas de grãos, segredos / Da terra, escassa de pão
E foi por mim que viveu
A alma que Deus me deu / Num corpo feito razão
(lletra extreta del blog fadosdofado)

dissabte, 28 de febrer del 2009

Beatriz de Conceição


...et vaig dir adéu/no me'n recordo/quin dia de setembre/només sé que era de matinada/el carrer era desert/i fins la lluna, discreta/fingia no adonar-se'n. Vam somriure a l'adéu/com qui sap que la vida/és el nom que té la mort/mai més ens trobàrem/i mai més preguntàrem/l'un per l'altre a ningú. Quina nostàlgia o memòria/explicarà tota la història/de què no vam ser capaços/per nostàlgia o per memòria/jo només sé explicar la història/de la falta que tu em fas.

Un comiat a contracor, potser quan la raó guanya la partida als sentiments...
Un magnífic poema de Manuela de Freitas cantat per aquesta no menys extrodinària fadista Beatriz de Conceição amb música de Fado dos Sonhos de Frederico de Brito.

Una manera de "estilar" molt particular la d'aquesta fadista que no passa desapercebuda. Una d'aquelles veus amb personalitat. Passeu pel YouTube a sentir-ne més coses...

Manuela de Freitas / Frederico de Brito *fado dos sonhos*
Repertório de Beatriz da Conceição
Disse-te adeus, não me lembro

Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada;
A rua estava deserta

Até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada

Sorrimos á despedida
Como quem sabe que a vida / É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontramos
E nunca mais perguntamos / Um p’lo outro, a ninguém

Que saudade ou que memória
Contará toda a história / Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história / Da falta que tu fazes


(a letra tirada do blog Fadosdofado)



Aqui podreu veure i sentir la Carminho cantant aquest poema amb una altra música: Fado Marcha de Raul Pinto. Al meu amic Américo li agrada molt aquest fado i amb això estem totalment d'acord. La Carmo Rebelo de Andrade és Fado en estat pur.