Del disc de Pedro Galveias que vam presentar aqui
fa alguns mesos, ens faltava el vídeo que hi ve incorporat, un fado
musicat poema d'António Rocha i música del genial guitarrista Fernando
Silva.
Admirable el treball dels músics en aquest CD de Pedro Galveias que vaig comprar en la darrera estada a Lisboa. La guitarra portuguesa de l'amic Fernando Silva que, tot i tractar-se d'una gravació, aconsegueix els tons extraodinaris i precisos, i que juntament amb l'André Ramos a la viola de fado li donen el contrapunt i l'acompanyament perfecte a la veu del Pedro.
No ho sé explicar millor, però quan trobes aquesta conjunció de músics i veu (i no oblidem el baix acústic d'António Oliveira) perceps que estàs al davant d'un bon treball.
La veu d'en Galveias és potenti, sense saber ben bé el perquè diria que sona ben fadista!
Més enllà de les valoracions tècniques i musicals que deixo pels entesos, em quedo amb això: M'agrada aquest treball Loucuras de um fado de Pedro Galveias.
Us deixo amb un poema de Rui Rocha amb la música de J.A. Augusto da Silva *Fado Bacalhau* magníficament cantat.
Uma gota de alegria
Cinco dedos deslizantes
cinco toques, tão errantes
num arpejo de ternura
tua mão na minha pele
meu desejo mais fiel
neste amor que não tem cura.
Se os teus lábios me pedirem
se os teus olhos me sorrirem
os meus não diram que não
receptivo, vou ficando
os teus dedos vão tocando
na palma da minha mão.
Os meus olhos se fecharam
e os teus não repararam
numa lágrima caída
uma gota de alegria
que transforma a noite fria
no calor da minha vida.
Devia ser una tarda memorable aquesta en el Grupo Desportivo da Mouraria amb aquests dos extraodinaris fadistas.
A Lucinda Camareira del poeta Henrique Rego amb música de A. Duarte no fado Bailarico
A Lucinda camareira Era a moça mais ladina Mais formosa, mais brejeira Do café da Marcelina
De maneira graciosa / Sobre um lindo penteado
Trazia sempre uma rosa / Cor de rosa avermelhado;
Eu vivi enfeitiçado / Por aquela feiticeira
Que airosamente ligeira / Servia de mesa em mesa;
Tinha feições de princesa / A Lucinda camareira
Primando pela brancura / O seu avental de folhos
Realçava-lhe a negrura / Encantadora dos olhos;
Nem desgostos nem abrolhos / Sofrera desde menina
Que apesar de libertina / Orgulhosa e perturbante;
No velho café cantante / Era a moça mais ladina
Os marialvas em tipóias / Iam da baixa num salto
Ver a mais linda das jóias / Ao café do Bairro Alto;
A camareira que exalta / De tão singular maneira
Era amada pela cegueira / Que a palavra amor requer;
Para mim era a mulher / Mais formosa e mais brejeira
Certa noite de fim d’ano / Em que certo cantador
Cantava ao som do piano / Cantigas feitas de amor;
Um cigano alquilador / De têz bronzeada e fina
Por afortunada sina / A Lucinda conquistou;
E para sempre a levou / Do café da Marcelina.